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Internet das Coisas: O futuro já chegou

Já imaginou ter a internet interligada nos objetos de sua casa? Ao acordar programar da sua cama o café da manhã? Sim, isso é possível, e o Órion Parque Tecnológico está discutindo a viabilidade da Internet das Coisas (IOT) para aplicação prática na sociedade urbana e rural.

O termo surgiu após estudos sobre as ondas da internet, que geraram debates acerca da automatização de certos objetos e processos. Isto consiste em nada mais, nada menos, que uma conexão de dados entre objetos, por exemplo: sua geladeira poderia obter um aplicativo que te mostre se possui algo estragado, ou te dar receitas com o que você tem em casa, de repente até enviar uma lista para o seu mercado preferido sobre o que está faltando de alimentos em casa. Tudo isso parece utópico, mas o avanço da tecnologia está mais rápido e está cada vez mais perto de adquirirmos recursos como esse.

Se engana quem pensa que essa ferramenta se limita ao ambiente urbano. Um dos grandes avanços da Internet das Coisas é possibilitar ao ambiente rural um aprimoramento de processos e melhora no produto final. Existem drones que podem monitorar áreas e mandar relatórios diários para um sistema central em uma fazenda, são produzidos aparelhos que, se colocados em vacas, sabe-se o quanto ela se alimentou por dia e quanto ela poderá produzir a partir disso.

De acordo com um artigo publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, “é disso que se trata a Internet das Coisas: criar sistemas e ferramentas que “emprestem” mais inteligência aos objetos para que eles possam “conversar” entre si e tornar nossa vida mais fácil. Esta consciência instantânea é uma das promessas mais sedutoras da IOT e abrange tanto os bens de consumo duráveis, como as máquinas pesadas, roupa ou até mesmo perecíveis, que vão desde alimentos a indústria farmacêutica. Com o desenvolvimento da conectividade dos objetos as pessoas terão a certeza que é possível saber onde está qualquer coisa e a qualquer momento.”.

De acordo com o presidente do Instituto Órion, Roberto Amaral, a IOT é uma perspectiva de melhoria para a qualidade de vida das pessoas, e incentiva o mercado de tecnologia a desenvolver ainda mais. Confira a entrevista com Amaral e entenda mais este cenário.

P: O que é e como surgiu a Internet das Coisas?

R: A primeira onda da internet é people to people (pessoas para pessoas), a segunda onda da internet é people to machine (pessoa para máquina) e a terceira onda da internet, que é a que estamos entrando agora, é machine to machine (máquina para máquina). Isto consiste em que “coisas” falam entre si, se comunicam. É nesse parâmetro que surge o IOT. Quando falamos em animais, falamos em “coisas”, então quando você dá a informação de um animal para uma máquina, você está realizando uma comunicação máquina para máquina.

P: Que tipo de IOT pode ser aplicado no dia-a-dia?

R: Podemos aplicar em tudo na vida. O futuro é que as chamadas “coisas”, que a partir de agora vamos chamar de objetos, como cadeiras, possam se comunicar com mesas, mesas falem com portarias, enfim, esses objetos vão estar conectados de alguma forma. A previsão de usabilidade de IOT na sociedade é alta, poderão ser 50 bilhões de “coisas” conectadas, por isso, prevê-se também um investimento de 14 trilhões de dólares para essa área da tecnologia, o que traz bastante otimismo para o futuro.

P: O que falta para a população utilizar o IOT?

R: Antes não era possível devido ao alto custo de funcionamento da tecnologia, mas agora, com a ferramenta mais importante, que é o sensor, estar mais barato, vemos mais possibilidades para seu desenvolvimento. Uma dessas peças que antes custava 40 ou 50 dólares, hoje são frações disso, são centavos. Com isso, você pode utilizar esse sensor em uma garrafa de vinho, numa cadeira, basicamente em tudo que você gostaria de automatizar, principalmente quando ele tem algum tipo de identificação por ondas de radiofrequência, que é um dos focos da tecnologia de IOT.

P: Quais são os principais benefícios que isto traz?

R: Os benefícios pretendidos são economia de energia, quase 30% poderão ser poupados, porque não vai ter desperdício: quando alguém deixar uma luz ligada em uma sala vazia, ela poderá se desligar automaticamente, algumas lâmpadas já possuem essa conexão comunicacional. Isso proporciona energia a baixo custo, bem estar, segurança; em suma, você estará totalmente monitorado. Essa tecnologia pode também facilitar diagnósticos de saúde: seu médico poderá ter dados do seu organismo em tempo real, com essa conexão, tudo terá grande capacidade para melhorar.

P: Qual é o impacto dessa tecnologia na sociedade?

R: O impacto é total, é mais impactante que a entrada da própria internet na vida das pessoas, tudo será conectado. As pessoas que possuem dispositivos altamente tecnológicos, poderão ser localizadas em qualquer lugar, ele dá a condição de rastreabilidade de quem os usa, ele permite que eu saiba quem já está em uma reunião que foi marcada, só que ele pode ser mediador de informações através de diversos outros meios, como a portaria do local em que é realizado o evento. Tudo isso reflete na facilitação da vida do indivíduo e não só para monitorar.

P: Você quanto Instituto Órion, o que faz para desenvolver IOT e trazer para Lages?

R: Nós estamos entendendo que, com a Internet das Coisas, nós já podemos pontear, mas principalmente, estamos gerando uma conexão multidisciplinar do ramo da biotecnologia animal e vegetal, as chamadas “coisas”; com tudo isso conectado, vamos poder trazer uma eficácia para a nossa região por conta da tecnologia estar a favor disso, poderemos saber se as vacas se alimentaram, se não. Estamos em pleno contato com instituições lageanas, como a Epagri, que trabalha com isso e nós sabemos que podemos aplicar IOT para facilitar o trabalho deles e prover mais bem estar e boa saúde para criações de gado e produções vegetais na região serrana.

Texto: Órion Parque Tecnológico

Disponível em: Jornal Santa Serra SC, Edição 72, 2017.

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