No dia 04 de agosto de 2017, às 14h30, será realizado em Lages o Seminário sobre Indicação Geográfica, tendo como local o Órion Parque Tecnológico da Serra Catarinense, tendo como foco o queijo artesanal serrano (QAS).
Além de palestras técnicas, na oportunidade a Federação das Associações de Produtores de Queijo Artesanal Serrano de SC e RS – Faproqas, entregará ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, a requisição de registro da indicação geográfica (IG) do Queijo Artesanal Serrano. Os produtores e suas associações, definiram por uma IG na modalidade de denominação de origem (DO), que uma vez sendo certificada pelo INPI, constituir-se-á na primeira do Brasil para queijos, pois as características do QAS se devem essencialmente ao meio geográfico que é produzido, incluindo fatores naturais (clima, solo, vegetação) e humanos.
A região geográfica delimitada compreende 18 municípios da Serra Catarinense e 16 municípios da região nordeste de altitude do RS, totalizando 34.000 km2 e foi denominada Campos de Cima da Serra. Nessa área existem aproximadamente 3.500 pecuaristas familiares que produzem o QAS. Utiliza-se somente leite da propriedade, com predominância de gado de corte e a pastagem nativa como base forrageira.
A solicitação de uma IG para o QAS se justifica pelos seguintes motivos: é um produto com reconhecida notoriedade e tradição; caracteriza-se por um saber fazer que está sendo transmitido de geração a geração por mais de dois séculos; é produzido num território com especificidades edafoclimáticas únicas no Brasil, caracterizando-se como um produto terroir, sem possibilidades de ser produzido de modo identitário em outras regiões; para milhares de produtores é a principal fonte de renda; devido a notoriedade, tradição e qualidade tem maior demanda e alcança preços mais elevados.
Assim produtores de outras regiões do Sul do Brasil, que não possuem as características necessárias, têm denominando o seu produto com “queijo serrano”, denotando o uso inadequado e usurpação de um nome reconhecido.
Com a concessão da indicação geográfica a Faproqas pretende alcançar os seguintes objetivos: aumentar o valor agregado ao QAS; estimular investimentos na área de produção (valorização das propriedades, apoio ao turismo, elevação do padrão tecnológico e oferta de emprego); criar vínculo de confiança com o consumidor (qualidade própria com características regionais); melhorar a comercialização do QAS; conferir maior competitividade no mercado (garantia institucional, reputação e identidade do produto); evitar a concorrência desleal; facilitar obtenção do selo SISBI; redução tempo de maturação; valorizar a identidade da região junto ao mercado consumidor nacional e contribuir para a preservação de valores culturais e históricos.
Todo o processo de obtenção da indicação geográfica foi coordenado pela Epagri (através da Estação e Gerência Regional de Lages) e Emater, com a participação dos produtores e suas entidades representativas, além de diversas instituições parceiras e com apoio financeiro e técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Informações: Ulisses de Arruda Córdova (ulisses@epagri.sc.gov.br) e Andréia Meira (andreiameira@epagri.sc.gov.br).