Empresa lageana consolidada no ramo de minério de ferro, a Mais Soluções Inteligentes (MaisSI) é mais uma das incubadas do Órion Parque Tecnológico que atualmente recebe mentoria e aceleração da Spin Aceleradora, de Jaraguá do Sul (SC).
Junto à TargetID, da SoftecSul, a Mais Soluções também foi selecionada no segundo ciclo de aceleração da Spin Capital – única aceleradora brasileira voltada especificamente para o ambiente industrial.
A história da MaisSI se confunde com a de muitas iniciativas inovadoras de startups de sucesso. Criada em 2012 no Micro Distrito de Base Tecnológica de Lages (Incubadora MIDILages), junto à Uniplac, a empresa começou oferecendo serviços de assessoria e desenvolvimento de produto de base tecnológica, envolvendo software e hardware.
“Depois de um tempo, a empresa passou a fazer assessoria e desenvolvimento para empresas que fazem ARP (Address Resolution Protocol ou, em português, Protocolo de Resolução de Endereço) e também empresas que desenvolvem equipamentos para hospitais e áreas automotivas. Ficamos nessa um tempo, mas aí resolvemos que a empresa tinha que ter algum produto”, conta Djeizon Müller, um dos sócios da MaisSI.
O produto em questão era um fone com a tecnologia de controle ativo de ruído (active noise control), que captura o som do ambiente e ocupa o barulho que seria ouvido pela pessoa, impedindo o ruído repetitivo de afetar o operador.
Aos poucos a empresa foi concentrando as atividades em equipamentos de proteção individual (EPIs), e entrando no ramo de mineração de bauxita, onde hoje busca ser referência na área de controle, gestão da cadeia de produção e de suprimentos.
Através do SmartTracker, que utiliza tecnologia de rádio frequência, é possível que equipamentos como escavadeiras, caminhões, balanças rodoviárias e outras máquinas conversarem entre si, sem a intervenção humana. Essa tecnologia de ondas de rádio permite o uso em área de sombra de sinal de telefonia celular, ou mesmo em operações subterrâneas – situação comum em área de mineração.
“A ferramenta desenvolvida nos dá um controle total da operação. O caminhão conversa com a retroescavadeira, pega essas informações da operação e, por exemplo, consegue informações como da posição geográfica da escavadeira, de quem é o operador, qual a hora e data da operação e quantos carregamentos aquela escavadeira fez naquele dia. Quando o caminhão volta da fábrica, ele registra essas informações e compara a posição geográfica e velocidade de toda operação”, afirma o empreendedor.
Crescimento e novos mercados
A expectativa, segundo Djeizon, é continuar crescendo, testando novos mercados e melhorando a tecnologia desenvolvida. “Diversas áreas têm viabilidade para o sistema que criamos. Qualquer tipo de mecanismo de cadeia de suprimentos, em que você tenha que pegar matéria prima em um ponto, transportar, pesar e entregar”, lembrou Müller, citando as áreas de lacticínios e do setor papeleiro, tradicionais na Serra Catarinense, como possíveis nichos a serem alcançados.
Sobre as possibilidades que a aceleração da Spin e o apoio do Órion Parque oferecem à MaisSI, Djeizon não poupou palavras. “As maiores vantagens que a gente tem aqui na Spin são as metodologias utilizadas no Vale do Silício, que são disponibilizadas pela aceleradora. A maior parte das aceleradoras é da área de software, mas a Spin é focada mesmo para a indústria – e nós somos focados para a indústria também. O networking que eles têm aqui em Jaraguá do Sul é muito bem feito junto às indústrias. Já o Órion foi quem nos convidou para apresentarmos um pitch (apresentação em síntese para convencimento do investidor) para esses caras. Fizemos o networking e o Órion Parque foi fundamental para isso acontecer”, reconhece Djeizon.